domingo, 3 de janeiro de 2010

Macacos somos nós


Há quem defenda que as diferenças, entre nós e os outros animais, sejam mais quantitativas do que qualitativas. A essência da nossa humanidade parte do princípio de que somos uma espécie à parte, uns deuses caídos no meio dos outros animais, e assim sendo falamos da alma e da auto-consciência de forma intermutável, como se no ser humano se tivesse registado um salto quântico inexplicável, salto esse que definitivamente nos atirou para fora da órbita do jardim zoológico que habita o nosso planeta.
Torna-se então preocupante quando descobrimos, ou melhor, nos fazem descobrir que há uma série de coisas que os outros animais têm e que não convinha que tivessem para descargo das nossas consciências intranquilas. Estudos feitos com macacos revelaram níveis de auto-consciência notáveis. Quando postos em frente a espelhos de corpo inteiro os macacos aproveitavam para espreitar partes do seu corpo que de outra forma lhes estariam vedadas. A prova dos nove foi feita quando os anestesiaram, e os pintaram com manchas de tinta vermelha em diferentes partes dos seus corpos. Os macacos acordaram e olhando-se ao espelho, estranharam as manchas, e foram com as mãos directamente sobre os pontos nos seus próprios corpos onde a tinta vermelha estava espalhada. Poderiam ter ido sobre o espelho, poderiam ter tentado tocar nas manchas que viam nos macacos que estavam no espelho, contudo tocaram em si próprios.
É caso para dizer: é o fim da macacada!

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