quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

O paradoxo da verdade

Esta frase é falsa.

sábado, 20 de fevereiro de 2010

o silêncio das ideias

   O maior tesouro é aquele que ninguém sabe onde está. Existe algo de precioso e ímpar em tudo aquilo que fica por dizer. As memórias são como lagos quentes em noites de verão, onde as ervas secas molham os lábios dos amantes. Será que já vivi até aqui?

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Sentido

   Este sentimento de incapacidade absoluta para guiar a minha própria vida não me parece ser bom. Poderia virar-me para Deus, é certo que sim, mas este deus para o qual me iria virar seria exactamente um deus nascido do desespero, depois de tudo falhar eis que regresso à casa do Pai, e rezo para que o pai me receba de braços abertos e sorriso na cara. Este deus é demasiado humano, sem dúvida, mas a sua humanidade talvez seja a minha salvação divina. Se falhei no trato humano, no mundo dos homens, resta-me agora o mundo perfeito dos deuses para buscar o meu quinhão de felicidade. Não será já durante esta vida terrena, é certo, mas poderei talvez contar com um prémio depois desta ilusão do real me deixar. E o mais fascinante de toda esta história é que tudo se passa dentro do nosso pensamento. Eu decido que deus existe, eu decido que ele não existe, eu decido que vou ser religioso, eu decido que não acredito em nada. Como pode um Deus ser uma entidade infinita se nasce de uma mente finita? Esqueci-me que o homem é um ser infinito. Só isso pode explicar o que não se explica.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Escrever

   Fico contente quando escrevo. Eu não digo que fico contente com aquilo que escrevo, não, nada disso, digo apenas que me contento com a felicidade extraída de um momento durante o qual sou aquilo que vou escrevendo. E não escrever, para mim, é equivalente a um crime. Não é um crime de sangue, mas assemelha-se em tudo a um crime passional; uma espécie de traição ao espírito do ser que nos habita.