Muitas vezes me parece que a relutância, a negação da fé divina, se assemelha a essa figura da tourada portuguesa, o forcado, que num misto insuflado de pavor da morte e orgulho de macho latino grita - " Olé touro! Olé! " gingando o corpo numa pose de atrevimento, braços em V apoiados na cintura, desenhando passos mecânicos que se aproximam da besta, como na medição feita por um compasso sobre a folha, um passo aqui, depois ali, até que o monstro se decida a espetar-lhe os cornos, rasgando-lhe o ventre, fazendo-o esguichar de sangue e cuspo, atirando-o para longe como quando o cão raivoso abocanha um bocado de carne e a atira para o lado sem consciência do que faz. A nossa relação com Deus é muito esta. E acho que isto diz muito sobre nós e sobre Deus.
4 comentários:
Bem catita, o blogue. Parabéns
Abraço
Se bem que o ateu seja, um última instância, um verdadeiro crente, tem-se verificado, pelo menos estatísticamente, que a sua fé não é suficiente forte para sobreviver às verdadeiras touradas...
keep it up!
LMA
Quanto a sobreviver às verdadeiras touradas, o que querias dizer com isso?
Numa adversidade séria onde um gajo perde as defesas , e.g, uma guerra, aí lá se vai o ateismo...
Não há ateus nas trincheiras.
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