domingo, 14 de fevereiro de 2010

Sentido

   Este sentimento de incapacidade absoluta para guiar a minha própria vida não me parece ser bom. Poderia virar-me para Deus, é certo que sim, mas este deus para o qual me iria virar seria exactamente um deus nascido do desespero, depois de tudo falhar eis que regresso à casa do Pai, e rezo para que o pai me receba de braços abertos e sorriso na cara. Este deus é demasiado humano, sem dúvida, mas a sua humanidade talvez seja a minha salvação divina. Se falhei no trato humano, no mundo dos homens, resta-me agora o mundo perfeito dos deuses para buscar o meu quinhão de felicidade. Não será já durante esta vida terrena, é certo, mas poderei talvez contar com um prémio depois desta ilusão do real me deixar. E o mais fascinante de toda esta história é que tudo se passa dentro do nosso pensamento. Eu decido que deus existe, eu decido que ele não existe, eu decido que vou ser religioso, eu decido que não acredito em nada. Como pode um Deus ser uma entidade infinita se nasce de uma mente finita? Esqueci-me que o homem é um ser infinito. Só isso pode explicar o que não se explica.

1 comentários:

Unknown disse...

Para começar a definir as coisas tem que decidir se falas de Deus ou de deus, do Pai ou do pai, do Homem ou do homem.

É que são coisas muito diferentes...

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